Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1999 by ISMPS e.V. © 2006
nova edição by ISMPS e.V.
Todos os direitos reservados
»»» impressum -------------- »»» índice geral -------------- »»» www.brasil-europa.eu
No. 89 (2004: 3)
![]() |
||||
Entidades promotoras |
||||
Estudos interculturais e gênese da urbe
450 ANOS DE SÃO PAULO
COLÓQUIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS INTERCULTURAIS
ACADEMIA BRASIL-EUROPA
Páteo do Colégio, 15 de março de 2004
Realizou-se, no âmbito do Colóquio Internacional de Estudos Interculturais
pelos 450 anos de São Paulo, organizado pela Academia Brasil-Europa
e seus institutos, com a cooperação da Universidade de Bonn e
de outras de universidades européias e brasileiras, uma sessão
no sítio histórico da fundação de São Paulo, o Pátio do Colégio.
A sessão contou com o apoio e colaboração do Museu alí instalado
e foi dedicada ao complexo temático referente aos estudos jesuítas
sob o ponto de vista teórico-cultural.
Contando com a participação de renomados representantes dos estudos
da área, em especial anchietanos, o objetivo da sessão foi refletir
sobre os pressupostos teóricos dos trabalhos jesuítas no campo
de tensão entre paradigmas histórico-missiológicos e científico-culturais.
Após as palavras de saudação e de abertura da diretoria do Museu,
o Prof. Dr. A. A. Bispo agradeceu pela acolhida e elucidou os
objetivos da sessão e a relevância do tema.
Os estudos históricos paulistas levam sempre à consideração dos
primeiros tempos da fundação da urbe e são marcados por concepções
e por imagens decorrentes de estudos e interpretações de fontes.
Pela relativa abundância da documentação resultante da prática
da correspondência na Companhia de Jesus, os estudos das origens
da cidade são marcados por informações e visões desses missionários.
O desenvolvimento dos estudos específicos muitíssimo deve, assim,
a historiadores jesuítas que se dedicaram ao levantamento e à
publicação de fontes.
O Colóquio Internacional de Estudos Interculturais deveria trazer
à consciência o significado de uma consideração da ação jesuíta
no Brasil no contexto geral, amplo das relações da Europa com
outras regiões do mundo no século XVI e do desenvolvimento de
concepções da própria Companhia.
A ação dos missionários no Brasil não foi apenas unilateral no
sentido de aplicação de concepções e métodos desenvolvidos na
Europa, mas influenciou o próprio desenvolvimento interno da Companhia,
com conseqüências para outras partes do mundo. Os estudos interculturais,
aqui, tornam-se uma exigência e somente podem ser desenvolvidos
adequadamente a partir de reflexões teóricas mais aprofundadas.
A seguir, o Prof. Dr. Sebastião de Pinho, do Instituto de Estudos
Clássicos e Brasileiros da Universidade de Coimbra, lembrou da
realização do congresso de estudos anchietanos realizado em fins
dos anos 90 e os múltiplos aspectos então considerados e publicados
nos três volumes com as atas do evento. Os estudos anchietanos
em Portugal desenvolvem-se em estreito relacionamento com aqueles
no Brasil e êle próprio mantém estreitos contactos com os estudiosos
brasileiros em repetidas viagens ao país.
A conferência principal da sessão foi proferida pelo Pe. César
Augusto dos Santos S.J.. O conferencista lembrou das dimensões
espirituais e culturais dos trabalhos de Anchieta nos primeiros
anos da urbe. Recordou inúmeros aspectos de sua ação sob o aspecto
da organização urbana da aldeia, da construção de casas, da vida
quotidiana e festiva.
No debate que se seguiu, salientou-se o papel da música na ação
missionária como meio de atração e veículo de transformação de
identidades. Dessas considerações se derivam as relações entre
a música e o processo urbano desencadeado pelo trabalho missionário,
um assunto tratado já repetidas vezes em eventos da A.B.E.
A sessão foi encerrada com a apresentação e oferecimento de publicações.
Após as palavras de despedida da diretora do Museu, procedeu-se
a uma visita comentada da exposição de correspondência jesuítica
proveniente de arquivos de Roma.