Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
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N° 16 (1992: 2)
Excertos
Entre as obras originalmente publicadas em outros idiomas e divulgadas
em tradução alemã do período pós-guerra cumpre citar este relato
tcheco de uma viagem de automóvel pela Argentina e Sul do Brasil.
"Entretanto, apesar de todo o entusiasmo e otimismo, as primeiras sombras caem [sobre o observador] quando ele observa a vida cultural. São Paulo possui um grande número de cinemas, muitos dos quais de grande luxo. Dos frontispícios dos maiores deles na Avenida Ipiranga irradiam centenas de milhares de Watt e uma cascata de luzes neon nas ruas noturnas. Inutilmente, porém, o visitante procurará uma sala de concerto com público à altura; e isso numa cidade com um milhão e oitocentos mil habitantes. Há meios, mas não há interesse... E onde há interesse, não há dinheiro." (op.cit. 283)
A obra inclui um capítulo dedicado ao carnaval, em especial às escolas de samba, de título "Revolução de canções e danças": (op.cit. 335 ss.)
"Nas últimas semanas antes do carnaval toda a cidade assemelha-se
a uma escola de samba. Treina-se nos parques, nos bondes, nos
onibus, nas salas de espera de estações, nas salas de jogo, nas
portas das casas e nas ruas. A maior parte dos músicos e cantores
não sabe ler música, muitos deles não sabem nem ler e escrever.
Um aprende do outro, de ouvido, com o coração, completa e melhora
ou inventa textos novos, novas melodias, que conquistarão como
um rastilho de pólvora toda a cidade.// Por fim, a febre carnavalesca
atinge o seu ponto crítico.// Os alto-falantes da Avenida São
João transmitem sambas, um atrás de outro. Aviões de esporte cruzam
sobre os arranha-céus e atiram metros-cúbicos de confete [...]
No andaime de um 17° andar da Avenida S. João, pedreiros atiram
com força o cimento na fachada de um arranha-céu, em rítmo de
samba. Os cabelos nossos ficam em pé ao ver os seus movimentos
de dança, que seguem o rítmo das melodias transmitidas pelos alto-falantes,
e as síncopes, que retardam uma pequena parte de segundo; e tudo
isso às alturas dos andaimes sobre as cabeças dos passantes aquí
em baixo na rua..." (op.cit. 340)
op. cit. 338
Brasilianischer Karneval: das ist das Ventil eines überhitzten
Kessels, das Jahr für Jahr vier Tage und vier Nächte lang geöffnet
ist. Der brasilianische Karneval ist eine ins Groteske übersteigerte
Improvisation auf das Thema des afrikanischen Rhythmus, den das
Land von dem schwarzen Drittel seine Bevölkerung übernommen hat,
eine Synthese zwischen der Kultur der eingeborenen Indianer und
dem unterdrückten Atavismus der Nachkommen spanischer und portugiesischer
Abenteuerer. Brasilianischer Karneval heißt lachend den Mantel
gesellschaftlicher Vorurteile und kleinbürgerlicher Hemmungen
abwerfen, heißt ungehemmtes Bekenntnis zu allen erfüllbaren und
unerfüllbaren Begierden, die während der übrigen dreihunderteinundsechzig
Tage des Jahres am Pfahl der Klassengegensätze festgeschmiedet
sind. Der brasilianische Karneval ist ein vulkanartiger Ausbruch
ungehemmter Freude und unbändiger Lebenskraft.
Der Weiße will in dieser Zeit ein Schwarzer sein, der Schwarzer
ein Weißer.