Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1999 by ISMPS e.V. © 2006
nova edição by ISMPS e.V.
Todos os direitos reservados
»»» impressum -------------- »»» índice geral -------------- »»» www.brasil-europa.eu
N° 12 (1991: 4)
(Excerto)
Fundada em 1531, a cidade de Cananéia, Estado de São Paulo, comemorou,
em 1931, o seu Quarto Centenário. Para a data, Eduardo Bourdot,
professor de piano e chefe de orquestra, compôs o "Hymno dos Bandeirantes",
com letra do Dr. A. Paulino de Almeida, membro do Instituto Histórico
de São Paulo (Off. Zincogr. Musical Mangione). O hino foi cantado
pela primeira vez no dia 12 de agosto de 1931, em Cananéia, pelos
alunos do Grupo Escolar e pelo povo, sob a regência do autor.
A introdução do hino vale-se do recurso de escalas ascendentes e descendentes para a produção de efeito; a coda apresenta uma imitação de corneta. O texto, dedicado ao povo de Cananéia, trata do Bandeirante que enfrenta o perigo das selvas:
"Como a ave, que ao riso da aurora, / alça o vôo fitando a amplidão,
/ sob o pallium, sagrado partámos, / rumo ao valle, á montanha,
ao sertão. // O mysterio da selva nos chama / nos aguça o espírito
a luz. / Não receia, não teme, não foge, / Quem no peito a esperança
conduz. // Quem a morte e os perigos receia, / Bandeirante por
certo não é. / Desconhece o poder da vontade, / Nunca teve um
lampejo de fé. // Bandeirantes, a vida é uma lucta! / Ninguem
pode sem ella vencer. / Quem com honra succumbe, revive, / Continúa
na Gloria a viver. //
Na letra dedicada a São Vicente, embora denominada "berço de heróis bandeirantes", procura-se ouvir o "canto das sereias", sendo as praias consideradas como "altar da Pátria":
"Baluarte dos mais importantes, / Nesses tempos que longe se vão, / Foste o berço de Heróes bandeirantes, / Na conquista do bravo sertão // És a celula mater, da Historia / Que enobrece este povo gentil. / O teu nome, com honra, com gloria, / Neste dia repete o Brasil. // Perscrutando a canção das Sereias, / Concretizas da Patria o altar, em teu leito de brancas areias, / embalado por brisas do mar... // Como um astro que brilha na altura, / espargindo os seus raios no azul, / São Vicente, o teu nome fulgura / sob o céu do Cruzeiro do Sul!"