Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
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N° 12 (1991: 4)
(Excerto)
A tradicional Força Pública do Estado, proveniente da Guarda Municipal
Permanente (1831) e do Corpo Policial Permanente, foi assim denominada
por lei de 24 de novembro de 1891. A participação da Banda da
Força Pública nas datas comemorativas da cidade e do Estado sempre
foi relevante.
Laura Della Mônica, que se dedicou à história dessa instituição, assim se refere à participação da banda na Revolução:
"1932: São Paulo, pela sua Força Pública, com o apoio da 2a. Região Militar e de toda a população do Estado, levanta-se contra o Chefe do Governo Provisório. A Banda de Música também engajou-se no movimento. Acompanhava, diariamente, as unidades regulares ou voluntários que partiam para as frentes de combate dos seus aquartelamentos até as estações ferroviárias, cadenciando-lhes o passo com marchas e canções vibrantes. Durante os três meses de campanha, os instrumentos ficaram mudos, para concertos." (História da Banda de Música da Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2a. ed., São Paulo, 1975, pág. 74)
Publicado pela Edição Triângulo (Irmãos Vitale, Cat. 2.015), o
"Hymno-Marcha: Para a frente! Paulistas!..." do Sargento B. João
Pedroso, da Força Pública do Estado de São Paulo, é, sem dúvida,
uma das peças do hinário paulista de maior efeito. Uma de suas
principais características é a imitação de tambor que antecede
a entrada do canto e que é retomada, por este, no intermédio da
peça e no seu final:
"Rataplan, Rataplan, Rataplan, Faz o tambor, Rataplan, Rataplan, Rataplan, Com mais vigor São Paulo!". O compasso 6/8, ao contrário da maioria dos hinos de São Paulo, empresta à peça um caráter por assim dizer amável e convidativo, amenizando o imperativo do texto: "Para frente Paulistas, / valorosos Bandeirantes, / Que dos tempos passados, tem conquistas / E feitos brilhantes / Marchemos, altaneiros, / Sempre a cantar, com fé / Mirando sonhos fagueiros / Cantando a marchar / Para frente avançando / Oh Emulos de heroes, / Sempre cantando, com ardor / Um ponto marcando, / Em Nossa História, / Marchemos contentes, com valor."
A capa, nas cores nacionais, trazendo o retrato do compositor,
é ilustrada com uma bandeira de 9 faixas (5 pretas e 4 brancas),
em lugar das atuais 13, tendo no retângulo superior esquerdo,
branco, não em círculo, mapa irreconhecível ladeado por quatro
estrelas. Essa representação da bandeira paulista é de interesse
para o estudo do repertório simbólico do Estado, pois denota não
estar ainda totalmente fixa nas suas características.
Recorde-se que a bandeira de São Paulo, concebida pelo republicano
Júlio Ribeiro (1845-1890), foi projetada para ser a bandeira do
Brasil. Sendo usada como bandeira escolar em São Paulo, foi "na fase pouco anterior ao Movimento Constitucionalista de 32,
durante e após esse período agitado (...) que acabou cristalizando-se
como autêntico símbolo da terra e do povo paulista, batizada pelo
consenso geral e crismada no fragor das atividades bélicas que
marcaram quase todas as fronteiras bandeirantes, por essa ocasião" (Hilton Federici, Símbolos Paulistas: Estudo Histórico-Heráldico, São Paulo, 1980, 25-26). O Hino-Marcha foi gravado em disco
(Arte Phone N. 4111).