Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
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N° 10 (1991: 2)
Antonio Alexandre Bispo
(Excerto)
Na cidade de Santa Luzia do Norte, paróquia já antes de 1705, desde 1830 vila, venera-se a memória de Manoel da Silva Wanderley (1840?-1933), patrono da "Sociedade Musical Professor Wanderley". Segundo informações de sua aluna, Rita Rodrigues Pedrosa, já teria sido professor de clarineta e flauta de seus pais. O professor Wanderley atuava sobretudo como regente da orquestra e do coro da igreja local. Assim como ele, os principais cantores e instrumentistas teriam sido mulatos. Os relatos a respeito de sua vida, alguns dos quais claramente fantasiosos, indicam-no também como fabricante de bandolins. Suas obras sacras - missas, ladainhas e novenas - consideram-se perdidas, pois foram destruídas durante a renovação do repertório da igreja nas últimas décadas.
De sua lavra conservam-se valsas ("Coração que fala", "Carvalho",
"Dorme", "Pagan", etc.) assim como um dueto ("O Gemido"). Num
caderno de peças utilizadas por ele no ensino da flauta encontra-se
uma coleção de "Quadrilhas Imperiais". Embora até hoje executadas
como dueto, as duas partes de flautas fizeram parte de conjunto
com mais ampla instrumentação.
Um dos sucessores de Manoel da Silva Wanderley foi Júlio Catarina, que também atuou em Penedo. Na memória dos habitantes de Santa Luzia também conservam-se aspectos anedóticos a respeito desse músico, conhecido pela sua pontualidade, que teria preferido iniciar a só a sua parte de trombone a esperar por músicos atrasados.
Responsável pela renovação do acervo da banda "Sociedade Musical Professor Wanderley" em fins da década de sessenta foi o mestre Sargento Jalmeriz Pinheiro Galvão. Vindo de Maceió, teria inicialmente estudado com o seu pai, Isaac Galvão Cruz, também compositor. É autor de frevos ("Tou na tua", "E o destino desfolhou") e dobrados ("Carlos Pedrosa", "Capitão Alfredo Silva", entre outros)