Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
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N° 09 (1991: 1)
Comunicado da Sociedade Brasileira de Musicologia
São Paulo, 29 de outubro de 1990 Senhor Presidente A Correspondência Musicológica constitui iniciativa da mais alta importância cultural de nossa
Sociedade. Oferece aos consócios informações de sumo interesse,
ao mesmo tempo que documenta os trabalhos desenvolvidos pela entidade.
É óbvio que leio os textos, vasados em impecável vernáculo, e
deles dou notícia periodicamente, durante as sessões do C.E. His.,
ou Centro de Estudos Históricos, do Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo, na qualidade de Sócio Emérito. Dr. José da Veiga Oliveira
O N° 6 da Correspondência, sob a epígrafe "Personalidades", às pgs. 17-23, contém excertos
autobiográficos do cantor, pedagogo, empresário Hermann Frischler,
ao ensejo do centenário de seu nascimento, à base da própria autobiografia,
transcrita pelo filho Heinz e traduzida por Kurt Schaumberger.
Conheci-os perfeitamente, pai e filho. Os afazeres de crítico
militante de música artística, integrante da A.P.C.A. - Associação
Paulista de Críticos Teatrais - hoje ampliada para "de Artes"
- puzeram-me em contato diuturno com as variegadas personalidades
que mourejavam no difícil, porém gratificante campo. Não poucas
vezes socorria-os na solução de pormenores técnicos, de irrecusável
importância. Fi-lo, como sempre, desinteressadamente. Bastava-me
o privilégio da música.
Li atentamente o texto sob a epígrafe, recheado de autêntica marginalia
de anotações. Nesta cidade de São Paulo - tenho absoluta certzea!
- somente uma pessoa se habilita ao apontamento de falhas, erros,
correções ao sobredito texto: - eu! Além de prodigiosa memória
(sem falsa modéstia), tenho a meu favor uma alevantada e única
vivência. Vi, ouvi, testemunhei tudo quanto me era humanamente
possível assistir. Arquivo, biblioteca, hemeroteca acham-se sempre
a postos.
Deixo de lado os parágrafos sobre o ensino do canto lírico (ópera,
Lieder, oratório, cantata, etc.), que se me afiguram inaceitáveis,
senão mesmo absurdos, aberrantes. Mas afinal, todo mundo tem o
direito de errar...
Prefiro cingir-me aos lapsos de grafia de nomes. Sou conduzido
a presumir que os Frischler redigiam à mão, em gótico. Ao decifrar
os manuscritos, por desconhecimento, Herr Schaumberger estropiou
diversos nomes de artistas. Vou, portanto, à errata.
(...)
Supérfluo seria sublinhar o intuito construtivo das correções
supra-aduzidas. As memórias dos saudosos Hermann e Heinz Frischler
por força contém tópicos interessantes, parte imprescindível do
processo histórico e cultural do país. As lutas que empreenderam;
os obstáculos que levaram de vencida em prol da mise au point
do Brasil no contexto do intercâmbio musical de nível transatlântico
não podem nem devem ficar no olvido.
É curioso que não conste do texto o nome da empresa de Frischler:
I.C.A., ou seja - Intercâmbio Cultural Artístico. E mais ainda:
- a vergonha tupiniquim, paleolítica, invertebrada, pífia e latrinária!!!
Do Código Postal Brasileiro, atinente à cidade de São Paulo, até
agora não consta da página 475 o nome de Hermann Frischler emplacado
em logradouro público. Pouco importa se as germânicas sílabas
explodam estropiadas, canhestras (...)
Queira V. Excia. providenciar ofício à Municipalidade de São Paulo,
propondo a oficialização de praça ou rua para um europeu que trabalhou
como poucos em prol deste massacrado país, aliás de sua adoção
e domicílio perpétuo. É o mínimo que se pode realizar a tal respeito.
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Sociedade Brasileira de Filosofia