Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1999 by ISMPS e.V. © 2006
nova edição by ISMPS e.V.
Todos os direitos reservados
»»» impressum -------------- »»» índice geral -------------- »»» www.brasil-europa.eu
N° 01 (1989: 1)
60 anos do marco inaugural do movimento renovador Programas de 22 a 25 de janeiro de 1929 pela comemoração da fundação
de São Paulo, organizadas pela Sociedade Austríaca Donau, Schubert-Chor
e Quarteto Brasil Programa Situação dos estudos: Teuto-Brasilianística Agradecimentos Fundação Cultural de Joinville
Mundo de língua alemã-Mundo de língua portuguesa
Acervo A..A.Bispo/ISMPS
Um programa permanente de estudos do ISMPS
Problemas historiográficos
Correntes e perspectivas externas e internas
Perspectivas particulares e distorções do panorama histórico.
A questão da justiça na Historiografia das relações teuto-brasileiras
Instituições e personalidades: Contextos históricos e sociais
Recuperação de fios históricos
Levantamento das iniciativas atuais nos centros de língua alemã
no Brasil
Viagem do ISMPS aos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul
Arquivo Histórico de Joinville
Museu Nacional de Imigração e Colonização, Joinville
Entidades de Blumenau, Brusque, Itajaí, Nova Petrópolis, São Leopoldo
Arquivo do Estado de São Paulo
Sociedade Bach de São Paulo
Antonio Alexandre Bispo
(Excerto)
A "Cidade dos Príncipes" destaca-se, através das atividades de
sua Fundação Cultural e do Arquivo Histórico, por exemplar interesse
pela história local da música. Expressão dessa atitude de responsabilidade
pela cultura da cidade foi uma exposição realizada nos últimos
anos (1987) de fotografias raras de grupos corais, de câmara e
dramáticos do passado da região, assim como de obras de compositores
locais. Espera-se que o material coletado possa dar origem a futuros
estudos e receber maior divulgação.
A obra "Era uma vez um simples caminho..." de Elly Herkenhoff (Joinville: Fundação Cultural, Arquivo Histórico,
1987, 225 pp., bibliografia, relação de fontes primárias utilizadas)
oferece dados de interesse para o estudo da história da música
na região e da atividade musical de emigrantes alemães e austríacos
no Brasil. Principalmente os capítulos "Harmonie-Gesellschaft",
"Nossos corais, ontem e hoje", "Musikverein Lyra", "A Liga de
Sociedades", "Yara: uma ópera Joinvilense" oferecem valiosos subsídios.
"Yara" foi composta por Josef Prantl ("Pepi" Prantl, Schwaz/Tirol, 1896-Bludenz, 1951), ativo no Brasil e na Europa e cujas obras devem vir a ser alvo de maior atenção. Prantl chegou a Joinville em 1929, numa época de especial florescimento da vida cultural da cidade. Já trazia várias composições (opereta "Die Zwillinge"). Nesse mesmo ano apresentou-se como pianista acompanhador do violinista joinvilense Evaldo Mueller na cidade de Hansa (Corupá). Em 1930 fundou o Conservatório Prantl-Mueller, regeu o primeiro concerto sinfônico na Liga de Sociedades, assumiu a direção do coral "Concórdia" em substituição a Albino Kohlbach e atuou pela primeira vez como regente da principal entidade local, a Sociedade "Harmonia-Lyra".
No início dos anos 30 realizou concertos de suas próprias obras em Joinville e em Curitiba, nos quais apresentou quatro trechos da ópera "Yara" cantados por Lotte Prantl e Hedwig Schlemm Pfützenreuter, cantora de Joinville formada na Alemanha.
O libreto, de autoria de Otto Adolf Nohel (1932), tratava do amor de um garimpeiro alemão (Rolf) por uma índia recolhida na colônia alemã durante um ataque de "bugres". "Yara" morre finalmente pelas balas do pai da noiva alemã de Rolf, de nome "Maia". O libreto revala, portanto, um claro objetivo de comparação da concepção européia da "Maia" com a sua forma "Yara" do Brasil e assime especial interesse para estudos relacionados com as tradições populares da "Mãe das Águas".
A 17 de janeiro de 1936 encenou-se a ópera em Joinville com intérpretes locais, com coros das sociedades "Sängerbund-Concórdia" e "Helvetia" e orquestra formada por elementos da Sociedade "Harmonia-Lyra", da Orquestra de Curitiba e da Banda do 13° Batalhão de Caçadores. No mesmo ano repetiu-se a encenação em Curitiba. O autor, desejando levar a ópera em palcos europeus, partiu de Joinville em 1936. A situação na Áustria e na Alemanha e a Seguinda Grande Guerra impediram tal realização. (op. cit. 205-211)
BREVE CRONOLOGIA: HISTÓRICO DO PROJETO 1969: Reinício do movimento renovador e integrador na tradição
de Martin Braunwieser. Trabalhos do Centro de Estudos em Musicologia
da Sociedade Nova Difusão 1971: Conferência/concerto ND com obras da música contemporânea
alemã em primeira audição no Brasil. Necessidade da consideração
das correntes históricas teuto-brasileiras nos estudos culturais
e na historiografia da música do Brasil: "O Brasil recebeu, desde o século passado, levas de imigrantes
provenientes de várias regiões da Alemanha. Temos regiões e até
mesmo estados que trazem a marca profunda dos aportes culturais
dos imigrantes. Possuem coros, orquestras e grupos de câmara.
Os nossos livros de história da música, porém, praticamente os
ignoram. O que é mais grave, porém, é que os nossos pesquisadores
da cultura, do nosso folclore, quase que não os consideram. Partidmos
ainda da idéia nacionalista de que a cultura desses imigrantes
tem apenas um valor de curiosidade no estudo da cultura nacional,
que ela constitui, na verdade, um elemento estranho e perigoso
na unidade cultural da nação e que o único caminho é a sua integração.
Só agora passamos a ver gradativamente a situação desses grupos
populacionais e de seus descendentes sob um outro ponto de vista,
no qual a sua cultura não representa um perigo, mas sim um enriquecimento
para o país no seu todo. (...) Queremos salientar a nossa intenção
de criarmos uma rêde de contactos pessoais e institucionais" para
o (...) estudo da cultura e da música dessas regiões e, em geral,
de todas as questões relacionadas com o intercâmbio entre os países
de fala germânica e o Brasil no passado e no presente." A.A.Bispo, "Uma importante área de estudos: A música nas relações
germânico-brasileiras", São Paulo, Conservatório Musical do Jardim
América, Sociedade Nova Difusão Musical, 1971 1985: Beitrag des ISMPS zum 25-jährigen Bestehen der Deutsch-Brasilianischen
Gesellschaft, Bonn "Alemães atuaram de forma marcante no desenvolvimento da música
de banda, dos coros, da prática camerística e da organização da
vida musical no Brasil. Compositores brasileiros receberam relevantes
incentivos de músicos de origem alemã, o que influenciou o desenvolvimento
estilístico da música do Brasil. (...) A pesquisa das relações
musicais teuto-brasileiras não se restringe, portanto, à constatação
do cultivo contínuo do canto popular alemão e das danças típicas,
não se limita ao acordeão, tão popular no Brasil, nem ao registro
dos muitos músicos de origem alemã que atuaram no Brasil, das
obras de compositores alemães executadas no país ou das numerosas
instituições da vida de concertos e da educação musical que se
destacaram na difusão de obras e idéias de compositores alemães.
Não, a pesquisa das relações teuto-brasileiras confronta-se com
uma problemática muito mais complexa e fascinante. (...) " "Deutsche wirkten maßgeblich bei der Entwicklung des Blasmusikwesens,
der Chorpflege, der Kammermusikpraxis und bei der Organisation
des Musiklebens in Brasilien mit. Von Musikern deutscher Abstammung
erhielten die brasilianischen Komponisten wichtige Anregungen,
die die weitere Stilentwicklung der Musik Brasiliens beeinflußten.
(...) Die Untersuchung der deutsch-brasilianischen Musikbeziehungen
erschöpft sich also nicht in der Feststellung einer kontinuierlichen
Pflege des deutschen Volksliedes und -tanzes in Brasilien, der
Übernahme des in der brasilianischen Volksmusik so beliebten Akkordeons,
auch nicht in der Aufzählung der vielen Musiker deutscher Herkunft,
die in Brasilien gewirkt haben, der Werke deutscher Komponisten,
die in Brasilien aufgeführt wurden, der zahlreichen Institutionen
des Musiklebens und der Musikerziehung, die sich für die Verbreitung
der Werke und Musikauffassungen deutscher Komponisten ausgezeichnet
haben. Nein, die Untersuchung der deutsch-brasilianischen Musikbeziehungen
sieht sich mit einer viel komplexeren und auch faszinierenden
Problematik konfrontiert. " A.A.Bispo, "Der deutsche Beitrag zur Musikkultur Brasiliens",
Vortrag zum 25-jährigen Bestehens der Deutsch-Brasilianischen
Gesellschaft, Bonn, 1985)
"MUNDO DE LÍNGUA ALEMÃ-MUNDO DE LÍNGUA PORTUGUESA" DO ISMPS
1974: Reinício dos trabalhos na Europa na tradição de Martin Braunwieser.
Contactos da Sociedade Bach de São Paulo com instituições de Lüneburg
e Salzburg
1981: Erste Deutsch-Brasilianische Musikwoche. Leichlinger Musikforum