Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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N° 73 (2001: 5)


 

Brasil 2001
Colóquio/Kolloquium

ZUR ERÖFFNUNG EURO-BRASILIANISCHER ARBEITEN IM 21. JAHRHUNDERT
ABERTURA DOS TRABALHOS EURO-BRASILEIROS NO SÉCULO XXI

9.-11. Februar 2001
9 a 11 de fevereiro de 2001

Akademie Brasil-Europa
Institut für Studien der Musikkultur des portugiesischen Sprachraumes Instituto Brasileiro de Estudos Musicológicos
Sociedade Brasileira de Antropologia da Música

Wissenschaftliche Leitung Dr. A. A. Bispo- Org. Dr. H. Hülskath

em cooperação com/in Zusammenarbeit mit:

Musikwissenschaftliches Institut der Universität zu Köln - Hauptseminar "Die Musik Brasiliens"

*
Musikethnologische Sektion
des Instituts für hymnologische und musikethnologische Studien

*

Seehotel Maria Laach

 

Zum Beginn des 21. Jahrhunderts

Stimmen der Vergangenheit

Luiz Heitor Correa de Azevedo

 

Se a minha admiração é grande, por homens e mulheres [...] que ilustram, hoje em dia, os estudos históricos relativos à música o Brasil, não posso esquecer [...] os que nos precederam, desbravaram o caminho que todos percorremos e são merecedores de nossa gratidão e de nosso louvor.

Guilherme Teodoro Pereira de Melo, da Bahia, que em 1908 publicou, na Cidade do Salvador, a primeira história da música brasileira.

Aquele italiano que viveu no Rio de Janeiro dos fins do século XIX, protagonista ativo da vida musical da cidade, e redigiu uma história da música no Brasil, valendo-se de suas recordações pessoais e reconstituindo com o auxílio da documentação que poude consultar, o passado mais remoto (obra publicada, em italiano, em Milão, em 1926); seu autor: Vincenzo Cernicchiaro.

Livro básico, ponto de referência para tudo o que se veio a escreve mais tarde é, em sua segunda edição, a História da Música Brasileira, de Renato Almeida, outro baiano, mas que sempre viveu no Rio de Janeiro, aparecida em 1942. [...]

Mas o iniciador de uma disciplina realmente musicológica, nos muitos escritos que nos deixou, foi indubitavelmente o escritor paulistano Mário de Andrade, cuja sombra luminosa se extende sobre todos os setores de nossas letras e tantos outros da inteligência brasileira. Pela primeira vez os estudos de música tradicional, em nossa terra, ganhavam foros de nobreza e se revestiam de rigor científico. E a vivacidade, o estilo afoito de seus comentários nos fizeram melhor compreender o passado e o presente do Brasil, marcando indelevelmente os de sua geração e os que continuam a estudar as suas obras e a tomá-lo como guia da arte de pensar.

Ayres de Andrade foi, sem dúvida, o melhor conhecedor da nossa música no século XIX e deixou-nos um livro cuja consulta será, para sempre, indispensável, tecendo, em torno da pessoa de Francisco Manuel da Silva, o autor do hino nacional brasileiro, um vasto panorama, em dois volumes, de sua época e da ação dos seus contemporâneos.

Tendo evocado essas figuras de pioneiros, a quem tanto devemos, quero [citar] dois nomes [...]para honrar-nos com a sua companhia: José Cândido de Andrade Muricy, do Paraná, historiador da poesia brasileira, durante muitas décadas crítico musical do venerando "Jornal do Comércio“, do Rio de Janeiro, que soube elevar a prática do jornalismo à altura de um apostolado e exercê-la com a elegância do escritor e os sólidos conhecimentos do músico, cuja intuição não falhava, e Oneyda Alvarenga, de São Paulo, autoridade incontestável no terreno da etnomusicologia pátria, cujo livro sobre a música popular brasileira já apareceu traduzido em várias línguas.

Rendido este preito de justiça aos que ilustraram nossos cainhos, no passado, ou nossos companheiros de hoje [...], quero desejar à sociedade que vamos fundar, longa vida e frutuosa atividade. Que o futuro lhe seja propício!

 


 

Wenn meine Bewunderung für die Frauen und Männer groß ist, die heute den musikhistorischen Studien Brasiliens zur Ehre gereichen, so dürfen nicht diejenigen vergessen werden, die uns vorangegangen sind und den Weg eröffnet haben, den wir alle beschreiten. Sie verdienen unseren Dank und unsere Anerkennung.

An erster Stelle ist an Guilherme Teodoro Pereira de Melo aus Bahia zu denken, der 1908 in Salvador die erste Geschichte der brasilianischen Musik veröffentlichte.

Erinnert sei auch an jenen Italiener, der im Rio de Janeiro des ausgehenden 19. Jahrhunderts gelebt hat, an dem Musikleben der Stadt aktiv teilnahm und eine Geschichte der Musik Brasiliens schrieb. Dazu bediente er sich persönlicher Erinnerungen und versuchte, die ferne Vergangenheit anhand von Dokumenten, die er studieren konnte, zu rekonstruieren. Das Werk wurde auf italienisch in Mailand 1926 veröffentlicht. Sein Verfasser war Vincenzo Cernicchiaro.

Ein grundlegendes Buch, Voraussetzung für alles, was danach geschrieben wurde, ist die Geschichte der Brasilianischen Musik von Renato Almeida, ebenfalls aus Bahia, die in ihrer zweiten Auflage 1942 in Rio de Janeiro erschienen ist.

Der Begründer einer tatsächlich musikwissenschaftlich zu nennenden Disziplin war zweifellos der Schriftsteller aus São Paulo Mário de Andrade, dessen lichtvolle Gestalt bis heute in alle Bereiche der Literatur und des brasilianischen Denkens ausstrahlt. Zum ersten Mal gewannen die Untersuchungen der traditionellen Musik in unserem Land gehobene Beachtung und wissenschaftliche Strenge. Die Lebhaftigkeit, der kühne Stil seiner Kommentare halfen uns, Vergangenheit und Gegenwart Brasiliens besser zu verstehen, prägten unauslöschlich seine Generation und alle anderen, die bis heute seine Werke studieren und ihn zum Führer der Kunst des Denkens nehmen.

Ayres de Andrade war zweifellos der bester Kenner unserer Musik des 19. Jahrhunderts und überließ uns ein Buch, dessen Studium für immer unentbehrlich sein wird. In ihm zeichnete er um die Gestalt von Francisco Manuel da Silva, den Verfasser des Nationalhymnus Brasiliens, ein großangelegetes Panorama in zwei Bänden über seine Zeit und das Wirken seiner Zeitgenossen.

Nachdem ich die Namen dieser Pioniere hervorgehoben habe, denen wir so viel schulden, möchte ich noch zwei Namen nennen, um uns in deren Begleitung zu ehren: José Cândido de Andrade Muricy aus Paraná - Geschichtsschreiber der brasilianischen Poesie, der über viele Jahrzehnte Musikkritiker des hochangesehenen Jornal do Comércio von Rio de Janeiro war und seine Tätigkeit auf die Höhe eines Apostolats zu erheben und mit der Eleganz eines Schriftstellers und den soliden Kenntnissen eines gebildeten Musikers mit unfehlbarer Intitution auszuüben wußte - sowie Oneyda Alvarenga aus São Paulo, eine unbestrittene Autorität im Bereich der Musikethnologie, dessen Buch über die Brasilianische Popularmusik bereits in mehrere Sprachen übersetzt erschien.

Acervo do I.S.M.P.S. e.V.

(Trad. A.A.B.)

 

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