Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
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N° 72 (2001: 4)
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Brasil 2000 J.S.BACH-H.VILLA-LOBOS 31. Mai - 2. Juni 2000Akademie Brasil-Europa Direção científica/Wissenschaftliche Leitung: Dr. A. A. Bispo
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HEITOR VILLA-LOBOS BRASILIEN SINGT "O Povo Brasileiro deve cantar". Entrevista concedida ao Diário
de Notícias 23/2/1932. Cit. Presença de Villa-Lobos 7 (1972),
89
Brasilien ist eines der privilegiertesten Länder der Welt.
Das Volk hat eine tiefe musikalische Intuition.
Alles singt von Natur aus. Das Meer, der Fluß, der Wind, die Kreatur.
Der Gesang ist vor allem wie eine befreiende Aussprache.
Die Jugend ist, wenn sie singt, noch jünger, da sie die Musik
in diesem wunderbaren Sinn lebt.
All dies, was ich gerade gesagt habe, ist selbstverständlich.
Alle wissen es.
Aber es scheint wie die alte Geschichte vom Ei des Kolumbus …
Deshalb werde ich ermutigt, noch einmal zu wiederholen,
was ich bereits vielfach behauptet habe und immer behaupten werde:
Das brasilianische Volk singt, es muß singen.
Dies ist die Grundlage für alles, was ich bisher getan habe.
Von dort aus war mir die Freude vergönnt, einen großen Teil meines
Traumes zu verwirklichen.
O ano 2000 marca a passagem dos 500 anos do descobrimento do Brasil pelos portugueses. Numerosos eventos comemoram essa data, dentro e fora do país. Essas comemorações são porém também acompanhadas por manifestações críticas que ressaltam os aspectos negativos do processo histórico desencadeado a partir deste primeiro contacto entre os indígenas e os europeus. Por essa razão, o I.S.M.P.S. e.V./ Akademie Brasil-Europa preferiu antes aproveitar essa data como motivo de reflexões pertinentes a questões básicas do relacionamento entre a Europa e o Brasil.
A série trienal de encontros, debates e estudos foi aberta às vésperas do ano que comemora os cinco séculos dessas relações, no dia 7 de setembro de 1999, data comemorativa da Independência do Brasil. Nesse dia encerrou-se o Congresso Internacional "Brasil-Europa 500 Anos: Música e Visões", realizado como preparação aos trabalhos e estudos a serem efetivados no ano 2000. Sob o patrocínio da Embaixada do Brasil na Alemanha, esse congresso foi levado a efeito pelo I.S.M.P.S. e.V./Akademie Brasil-Europa com o apoio da Deutsche Welle, do Instituto de Musicologia da Universidade de Colonia, do Instituto de Estudos Hinológicos e Etnomusicológicos da organização pontifícia de música sacra e de várias outras instituições.
Sob o ponto de vista musical e musicológico, o ano 2000 é marcado por eventos dedicados à memória de um dos maiores vultos da História da Música européia e universal, Johann Sebastian Bach, falecido há 250 anos. Nada mais oportuno, portanto, do que considerar o relacionamento entre a Europa e o Brasil à luz dessas comemorações. Poucos países do mundo podem dizer, como o Brasil, que o seu mais renomado compositor criou uma obra monumental que leva o nome de Bach: as "Bachianas Brasileiras".
O estudo das relações entre H. Villa-Lobos e a música de J.S. Bach, já considerado sob muitos aspectos por vários autores, dá ensejo a reflexões de caráter fundamental referentes ao relacionamento entre a Europa e o Brasil, pois leva à problemática do Barroco e do seu re-descobrimento no século XX. Por esse motivo, escolheu-se esse tema para ser discutido de forma prioritária no ano das comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil.
Essas discussões tiveram lugar sobretudo no âmbito de um colóquio organizado pelo I.S.M.P.S. e.V. /Akademie Brasil-Europa em colaboração com o ciclo "Música no Encontro de Culturas", do Instituto de Musicologia da Universidade de Colonia. Na abertura desse colóquio, foram apresentados os anais do congresso "Brasil-Europa 500 Anos: Música e Visões". O programa incluiu apresentações de obras de Heitor Villa-Lobos e uma exposição de documentos e fotografias referentes ao Movimento Bach no Brasil. Entre as obras apresentadas cumpre salientar a execução do Quarteto N° 1 de Villa-Lobos executado por músicos da orquestra sinfônica da Rádio da Alemanha Ocidental (Carlos Johnson, Andrea Barzen, Oliver Wenhold, Guilherme Pacheco). O programa musical do evento contou também com a participação do duo da Akademie Brasil-Europa, Suelí e Yasmin Heider.