Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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N° 62 (1999: 6)


 

Congresso Internacional Brasil-Europa 500 Anos
Internationaler Kongreß Brasil-Europa 500 Jahre

MÚSICA E VISÕES
MUSIK UND VISIONEN

Colonia, 3 a 7 de setembro de 1999
Köln, 3. bis 7. September 1999

Sob o patrocínio da Embaixada da República Federativa do Brasil
Unter der Schirmherrschaft der Botschaft der Föderativen Republik Brasilien

Akademie Brasil-Europa
ISMPS/IBEM

Pres. Dr. A. A. Bispo- Dir. Dr. H. Hülskath

em cooperação com/in Zusammenarbeit mit:

Deutsche Welle
Musikwissenschaftliches Institut der Universität zu Köln
Institut für hymnologische und musikethnologische Studien

 

LINGUA PORTUGUESA:
EVOLUÇÃO EM DUAS LATITUDES

Nos 500 Anos da Descoberta do Brasil
e
450 Anos de Macau sob Administração Portuguesa

Beatriz Basto da Silva
Macau/Coimbra

 

PORTUGIESISCHE SPRACHE IN BRASILIEN UND IN MACAU

Der Kongreß "Brasil-Europa 500 Jahre: Musik und Visionen" fällt in das gleiche Jahr der Rückgabe Macaus an China, ca. 450 Jahre nachdem sich dort die Portugiesen niedergelassen haben. In beiden Regionen fanden die Portugiesen kaum bevölkerte Gebiete vor. Heute ist Brasilien eines der größten Länder der Welt mit unschätzbaren natürlichen und menschlichen Reichtümern und weist in verschiedenen Bereichen des Wissens bemerkenswerte Entwicklung auf. Macau ist ebenfalls ein kosmopolitisches Zentrum mit zukunftsweisenden Perspektiven, mit allen Voraussetzungen, um einen qualitativ hohen Lebensstandert für seine Einwohner, in der Mehrheit Chinesen, zu gewährleisten. Die historische Entwicklung in beider Regionen kann in ihren Gemeinsamkeiten und Unterschieden unter verschiedenen Aspekten betrachtet werden. Aus diesem Spektrum von Möglichkeiten wird hier die Sprache gewählt, ein Problem, das trotz aller Untersuchungen noch unzureichend erforscht ist.

Tatsache ist, daß Portugiesisch die offizielle Sprache Brasiliens ist, während in Macau chinesisch gesprochen wird. Es mag zunächst so erscheinen, daß es Fehler in der portugiesischen Strategie gegeben habt hinsichtlich des Weiterlebens der portugiesischen Sprache in Macau. In Brasilien dagegen blieben selbst nach der Unabhängigkeit 1822 die durch die Sprache gewährleisteten Beziehungen bestehen. Was ist in Macau in dem komplexen Netz der Geschichte geschehen, daß Ende des 20. Jahrhunderts 98% der Einwohner chinesisch sprechen" Einerseits waren die menschlichen und kulturellen Voraussetzungen in beiden Regionen völlig verschieden. Andererseits war es nicht so einfach, nach Macau wie nach Brasilien zu gelangen und die Familie nachkommen zu lassen. Trotz allem war das Portugiesische im Orient bis ca. 1639/40 vorherrschend, da es Kommunikationsmittel für den Handel in der langen Kette der von den Portugiesen errichteten Stützpunkte gab. Als sich die Engländer und Holländer anschickten, ihre Truppen durch Eingeborene zu verstärkern, mußten sie die allgemeine Sprache, das Portugiesische des 16. Jahrhundert, bedienen. Die Kraft der Wirtschaft hat in einem so kleinen Gebiet wie dem von Macau den Gebrauch der Sprache bestimmt. Das Holländische war zwar nie von Bedeutung, dagegen aber Französisch und schließlich nach der Gründung von Vitória - Hongkong - 1842 Englisch.

Macau hatte keine "Bandeirantes" und konnte nicht ein System von Kapitanien errichten. Um zu wachsen, konnte es nur etwas Land dem Meer abgewinnen. Es war immer ein von China umzingeltes Territorium, das nur einen Ausweg hatte, nach draußen, zum Handel über das Meer hin. So war es immer die Sprache der Käufer, die die Sprache derjenigen bestimmte, die etwas verkaufen wollten. Deshalb spricht man heute in Macau so wenig Portugiesisch. Es war die Geschichte selbst, die dazu führte, daß sich Brasilien gleichsam nach römischer Art, das kleine merkantile Macau gleichsam nach phönizischer Art entwickelte.

 

Escrevo no cruzamento de duas grandes coordenadas históricas: os 500 anos sobre a descoberta do Brasil por Pedro Alvares Cabral e a restituíção de Macau à China, c. de 450 anos depois de ali se terem estabelecido os portugueses.

Em ambas as efemérides os portugueses encontraram praias pouco povoadas ou desertas: no Brasil, praias de um imenso sub-continente quase virgem em matéria de conquistas humanas; em Macau, pequenos areais entre rochedos varridos pelas ondas, e dois ou três aglomerados de população a que nem se podia chamar aldeias, antes casario de construção precária, sobrevivendo da pesca e da cultura de umas várzeas de arroz. Em tais comunidades não havia o hábito do diálogo ou entre-ajuda. Cada qual vivia dos seus recursos próprios, ensimesmado. Duas das orlas ocupadas tinham monges quase em regime de eremitério.

Hoje, passados séculos, o Brasil é um dos maiores países do Mundo, com riquezas naturais e humanas incalculáveis, e senhor de um desenvolvimento notável em todas as áreas do saber.

Macau é igualmente um centro urbano cosmopolita, de projecção nos horizontes presentes e do futuro, com todas as condições para oferecer aos cerca de 400 mil habitantes, a maioria chineses, num espaço estimado em 22 km2, um nível de vida invejável. O ratio habitantes/km2 é dos mais elevados do mundo, sem incluir a população que vive em embarcações e os turistas, na ordem dos 8 milhões/ano.

Sobre a transformação operada nas duas latitudes mencionadas, e irmanadas pelos valores portugueses como a língua, a religião e a cultura, muito há de apaixonante, e a vários níveis, para constatar, investigar, partilhar. Do leque de matérias, respiguei e detive-me a cogitar sobre o uso da língua portuguesa, actualmente, no Brasil e em Macau. Bem sei que só poderei levantar a ponta do véu, porque esse estudo exige rigorosa comparação do falar e do escrever, da evolução de cada local, a começar pela própria Península Ibérica, das inter-infuências causadas pelas viagens ou pela inclusão de elementos hexógenos.

Mesmo necessitando de muita ousadia, tentarei dar um contributo.

O facto é que a língua oficial do Brasil é o português e em Macau é o chinês. Estamos, é claro, a considerar a data de 19 de Dezembro de 99, depois da transição de uma das mais queridas e valiosas jóias portuguesas, para a administração do poderoso dragão chinês.

Reconsiderando, parece à primeira vista ter havido erros de estratégia portuguesa, quanto à manutenção da língua lusíada em Macau, erros que não cometeu seguramente no Brasil - para não saírmos dos dois parâmetros em consideração - de tal modo que, mesmo depois do Grito de Ipiranga, cessaram os vínculos políticos mas a comunicação na língua de Camões seguiu, cada vez mais expressiva, rica, musical.

O que terá acontecido qanto a Macau, na complexa teia da História, para nos anos 90 do século XX, haver 98 % de residentes a falar chinês, e os restantes 2% falarem português, mas também tagalo, tailandês, inglês"

Para começar, os 98% a que aludi são chineses de sangue, tradições e cultura. Qualquer que tenha sido o seu número na convergência para Macau ao longo dos séculos, prende-os uma língua única, apesar dos inúmeros dialectos falados, e essa língua tem o peso da milenar e requintada civilização chinesa.

Quando os portugueses alcançaram Terras de Vera Cruz, não chocaram com culturas históricas unificadas, desenvolvidas, ligadas pela língua; ao contrário, o índio brasileiro não tinha ambições que o impulsionassem a progredir, Sentia-se bem no seu meio, num mimetismo com a natureza, tão edenicamente felizes como os colibris e o sabiá. Foram sensíveis e abertos à civilização, à cristianização, à educação em geral. Aprenderam com facilidade, dóceis quando tratados com docilidade, afastando-se de práticas visíveis em tantas comunidades primitivas e procurando, com evidente preferência, os aglomerados missionários para se estabelecerem por pert

Entretanto, a proximidade do Brasil com Portugal e com os arquipélagos atlânticos da Madeira e Açores, encarreirou ordas de emigrantes portugueses, destinados à "Terra Prometida", onde tudo crescia com a graça de Deus e o trabalho dos homens. Constituiam família lá, ou já iam com o seu agregado familiar, mais o gado bovino, as ovelhas, os porcos e as galinhas. Era uma transição para sempre. "Ancoravam"numa terra onde antepunham a palavra Nova ao nome da aldeia de origem, para mitigar saudades. Fixaram-se e foram povoando o novo mundo português, como colonos e bandeirantes, como seminaristas, como orfãos del-rei, como administrantes ou missionários. Havia lugar para todos naquela terra bendita e sem fim.

Para o Oriente não se ia com tanta facilidade nem se levava a família.

Os mareantes portugueses dos séculos XV e XVI, habituados, usando o direito do mais forte, a conquistar pelas armas se preciso fosse, as terras onde lhes interessava estacionar, fazer feitoria, colónia ou fortaleza, conseguiram contornar forças marítimas tradicionais, no Atlântico, e no Índico - o famoso "mare clausum" que o holandês Hugo Grotius viria a pôr em causa. Porém, ao passarem Malaca pressentiram que o mundo que os esperava era diferente. Tiveram sinais de que alguém poderoso mandava ali, exigia impostos, exercia um tipo de soberania estranho entre judeus, mouros, turcos, venezianos e outros homens do mar. Depois de um período de sondagens, os portugueses que exigiram até então o pagamento do "cartaz" passaram a ter que se sujeitar a tributo, para avançar. Depuseram ainda o uso sistemático das armas, para usarem a linguagem mercantil e diplomática. Exibiam nos dois extremos da rota do Pacífico os produtos que cada um estava em condições de exportar ou almejava importar. Assim, carregados de sal português, abasteciam-se, por troca, de especiarias, corantes, algodões, sobressaindo a pimenta da Índia, rumavam ao aljôfar, pérolas e pedrarias de Malaca e iam depor a sua mercadoria à China. Esvaziavam-se ali do que traziam, carregando chá, sedas, porcelanas e lacas que transportavam ao Japão. E o Japão pagava generosamente com prata ao povo luso, que entretanto tinha o monopólio do comércio sino-japonês, feito em naus bem aparelhados de artilharia, sofisticadas então face ao junco de guerra de piratas locais. Com a prata se compravam, no regresso ao reino, as maravilhas da China, dos portos do sudeste asiático, da Índia, para nomear só as mais famosas, depostas aos pés do Rei de Portugal para arrematação, venda a retalho e pagamento de serviços; a Lisboa vinham os comerciantes da velha Europa negociar materiais exóticos ao paladar, estonteantes odores quentes, tecidos de cor, brilho e beleza nunca dantes vistos. O fluxo de negócio e lucros eram tais que o Brasil foi, durante uma pausa histórica, digamos que esquecido, porque nada se comparava à aventura e ao negócio com o Extremo-Oriente (mesmo contabilizando naufrágios causados por excesso de peso de gananciosos mercadores).

No início do século XVII levantaram-se sucessivamente novos potentados na Europa. Aproveitando o "saber de experiência feito" que tanto tinha custado aos portugueses, escamoteando cartas de marear, usando de astúcia ao introduzir-se sob disfarce nas naus lusas, os holandeses, os ingleses e os franceses habilitaram-se a concorrer ao comércio com a India, Malaca, Sumatra, China e Japão. O monopólio e a influência sócio-cultural-económica dos portugueses no Oriente sustentou-se por um pouco mais, para ir decaíndo, esgotados de meios de resistência financeiros e humanos. Era afinal um pequeno país, espalhado por todo o mundo, um corpo gigantesco com a alma lusíada palpitando concentrada no demasiado pequeno rectângulo europeu.

Porém, no Oriente e até ao século XVII, cerca 1639/40, a língua portuguesa tinha a primazia, porque nela se desenrolavam interesses económicos de todo aquele rosário de portos pela rota lusíada.

Quando holandeses, ingleses e franceses quiseram refrescar os seus exércitos e armadas com nativos oriundos daquelas paragens, viram-se forçados a aprender a única língua comum, o português de seiscentos, aparentado com o "Papiá cristã" ainda hoje usado em Malaca, no Bairro Português. Há vestígios dessa língua tradicional entre macaenses idosos (os jovens começam a recuperar esse traço individualizante - o patuá - que também se assemelha ao actual crioulo de Cabo Verde).

Em Macau, feliz encruzilhada natural entre o Oriente e o Ocidente, os mercadores e missionários ergueram, com lucros materiais e do espírito, uma povoação cheia de vida, um ponto de partida para a penetração religiosa no Continente Chinês, na Coreia, no Japão. Gentes vindas de toda a parte contribuíram com a sua civilização, tradições, costumes, culinária, para enriquecer o macaense que, de tão híbrido, ainda hoje não consegue esgotar o conceito da própria designação, sabendo no entanto que, em qualquer língua que se expresse, é português, é singular, é único.

A força da economia, num território tão pequeno como Macau, dita infalivelmente a língua usada.

Nos séculos XVI-XVII, o grande timoneiro dos negócios era Portugal. Então, o português era a língua franca, que importava a todos dominar.
Depois foi o holandês, que nunca teve qualquer expressão em Macau, o francês, que marcou a primeira metade do século XIX e o inglês, após o estabelecimento da cidade de Vitória - Hongkong, em 1842.

Sendo Macau uma cidade comercial encravada na costa chinesa, com dois portos significativos, "a necessidade", que como diz Garrett no Frei Luís de Sousa "pode muito", vindo a exigir que os habitantes se moldassem às circunstâncias; assim, para poder sobreviver, passou ao longo dos tempos a falar a língua do comprador que, como todos sabemos, "tem sempre razão"!

Enquanto a euforia do oriente subia em Portugal como o deslubramento de fogo de artifício, é inevitável a descida a que se assiste nos séculos seguintes pela impossibilidade de um país tão pequeno governar tão grande extensão ultramarina. Portugal lança-se de alma e coração para o Brasil, o Brasil de extensões fantásticas, de riquezas promissoras, com tanto a fazer em matéria de educação, civilização, missionação….

Os sistemas de capitania e de governo geral são experimentados. Cresce o urbanismo litoral, as fazendas, e, sobretudo, rasga-se o caminho para o interior, através de gente audaz e ambiciosa; abrem-se os braços a colonos do Continente e da Ilhas, incentiva-se o desbravamento do mato, a produção, a fixação para o interior. Na ponta da lança, da enxada e da cruz vai um elemento congregante - a língua portuguesa.

A sua expansão, caldeada pelas gramáticas e vocabulários de línguas indígenas, produzidos pelos missionários, pelo uso do gesto, da dramatização, da música, da formação de regiões civis e dioceses espirituais, tudo concorre para descobrir a generosidade natural da terra brasileira. Como uma bola de neve, cada vez há mais luso-descendentes, crianças europeias que acompanham os pais administrantes e são um espontâneo elo de ligação com as crianças nativas, enfim, o universo de falantes de língua portuguesa cresce, favorecido ainda por um sistema de civilização "à romana": trabalho nos campos, sesta, trabalho, oração familiar, fogueira comunitária à roda da qual o serão é conduzido pela passagem de tradições dos mais idosos para os mais jovens. O bem comum é a terra-mãe e a organização político-social é necessária, exibindo estratos de governantes e governados, tudo hierarquicamente respeitado, inabalável.

Macau … não pôde largar bandeirantes, exercer o sistema de capitanias, nada disso. Para crescer um pouco só fez aterros. Foi sempre um pequeno território rigorosamente sitiado pela China com a benção de um só espaço, para o exterior - a via marítima - permitindo o comércio, a sobrevivência que passa pela adaptação constante, conforme o comprador quer, na língua que o comprador usa. Eis por que hoje se fala tão pouco português em Macau.

Na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) que nasce a 20 do último Dezembro do século XX, a China precisa do inglês para as relações comerciais e diplomáticas com o exterior. Não há analfabetos na China. Todos sabem a mesma língua escrita. Falada é que é diferente e os dialectos são inúmeros. Além do mandarim, imposto aos cidadãos de Macau, mesmo aos chineses que, no sul, usam o cantonense, fala-se o inglês nos negócios e um pouco de português, visto estarem nesta língua os Arquivos de 450 anos de História comum, usando-se ainda na área da jurisprudência (estão traduzidos para mandarim muitos códices, mas há conceitos que ainda não se conseguiram transmitir; há um bom número de juristas chineses falando e escrevendo um português de grande qualidade, destinados a "fazer a ponte" com o futuro). Quem mais falará a lusa língua" Há macaenses e emigrantes portugueses, europeus, professores e técnicos de firmas particulares, agentes bancários, com família, com filhos a estudar numa Escola Portuguesa, mas encontram-se todos na estreita fatia de 2% da população.

A Igreja Católica continua a ensinar mas não faz questão de o fazer em língua portuguesa. Imprensa e outros meios de comunicação vão cada vez tendo menos utentes que os justifiquem.

A silhueta da cidade, a sua singularidade de raíz europeia em pleno oriente, falará dos portugueses mas provavelmente em chinês ou, ao serviço do turismo, em inglês e japonês!

De qualquer forma, não se trata de descuido das várias administrações portuguesas, mas da mão da História que conduz um vasto país como o Brasil, à maneira romana, de um modo; e uma pequena república mercantil como foi Macau, à maneira da Fenícia, de outro.

 

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Texto sem notas, bibliografia, exemplos musicais e ilustrações.
Artigos completos nos Anais do Congresso "Brasil-Europa 500 Anos: Música e Visões".

Text ohne Anmerkungen, Bibliographie, Notenbeispiele und Illustrationen.
Vollständige Beiträge im Kongressbericht "Brasil-Europa 500 Jahre: Musik und Visionen".

 

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