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N° 16 (1992: 2)


 

MAXIXE NA ALEMANHA
- TABARIN DE WILLY ROSEN-

 

(Excertos)

No seu livro Maxixe - A Dança Excomungada (Rio de Janeiro 1974), Jota Efegê (João Ferreira Gomes) dedica um capítulo à difusão do maxixe no Exterior. (págs. 141ss)

Nas reflexões a respeito das origens do termo assume interesse um contexto relacionado com a Alemanha que se depreende de uma informação atribuída a H. Villa-Lobos: "Citada por Mário de Andrade em Música, Doce Música e também pelo folclorista Renato Almeida em sua História da Música Brasileira, foi também incluída por Antenor Nascentes em seus Dicionário Etimológico Resumido (pág. 477) e Dicionário de Língua Portuguesa (3° tomo, pág. 134) cujas edições são de 1966, e é do seguinte teor: Segundo uma versão, propagada por Villa-Lobos, que a teria colhido de um octogenário, o maxixe tomou esse nome de um sujeito apelidado Maxixe que num Carnaval, na sociedade Estudantes de Heidelberg, dançou um lundu duma maneira nova.[...]." (pág. 37)

A menção de uma sociedade carnavalesca denominada segundo uma das cidades mais decantadas da Alemanha do século XIX e centro universitário freqüentado por vários estudantes do Brasil mereceria cuidadosa atenção. A pesquisa da história dessa sociedade no Brasil deveria unir-se à pesquisa das tradições carnavalescas no meio estudantil de Heidelberg. Saliente-se que o termo Maxixe na versão citada aparece ligado a um Dr. Maxixe, o que seria significativo no contexto de estudantes de medicina, e que a palavra se refere a uma maneira especial de dançar. Somente o progresso da pesquisa terminológica e histórica é que permitirá saber se essa maneira especial de dançar relaciona-se com o termo alemão "matschig", no sentido de mole, sem contornos, ou também lamacento, lamoso, ensopado. A deslocação de acento e o "e" [ou "i"] final corresponderiam a modificações comuns de termos alemães na pronúncia brasileira.

 Uma coleção de tangos, maxixes e outras danças publicada pela editôra C.M.Roehr, Berlim, com permissão da casa francesa Francis Salabert, proprietária dos direitos (Palais de deanse-Tango-Band-Tanz-Album). Entre os maxixes impressos, encontra-se um do próprio Francis Salabert, baseado em motivos de A. de Oliveira ("Vem cá mulata!"). Além deste, a coleção inclui o divulgado "O Vatapá" de P. do Sacramento, "Estragadão" de Carlos Paliuché (sic!), "Samba" de A. Costa jr. e "Travesso" de E. Nazareth.

 

Nos anos anteriores à Primeira Grande Guerra, sobretudo por influência francesa, o maxixe era conhecido na Alemanha como dança característicamente brasileira, como o indica a peça Tabarin: Maxixe Brésilienne, de Willy Rosen.

Essa peça foi publicada pela Schlesinger'sche Buch & Musikhandlung de Rob. Lienau, em Berlim, em 1914 e republicada mais tarde na coleção Perlen der Musik: 36 der bekanntesten und beliebtesten Operettenschlager, Lieder, Opern und Salonstücke, Tänze, da casa Neufeld & Henius, de Berlim.

 

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