Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

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N° 12 (1991: 4)


 

Perigo da genolatria musical
Uma advertência (1965)

(Excerto)

 

Recorde-se, no presente contexto do tema deste volume da Correspondência, o artigo de Frei Leopoldo Pires Martins, O.F.M."A propósito da Genolatria" (Música Sacra XV, Petrópolis, 1955, 106ss.):
Hino do IV Congresso Eucaristico Nacional"Não raras vezes empenhamos todas as nossas reservas morais em combater certas idéias ou tendências que se nos afiguram erradas e perniciosas. Nas grandes causas vamos até ao sacrifício de sangue, como aconteceu nas duas Guerras Mundiais. No fim da luta, porém, chegamos a uma atitude paradoxal, para não dizer ilógica. Perfilhamos, inconscientemente, essas mesmas idéias que havíamos antes combatido. / Em 1914 a Europa correu às armas para destruir o militarismo da Alemanha. Finda a guerra, o militarismo alastrou-se, como mal necessário, nas próprias nações que o combatiam com tanto esforço. Outro exemplo recente. Em 1939 deflagrou-se um segundo incêndio mundial, com o fim de combater os sistemas totalitários. Em 1945 estavam aniquilados os regimes de força, mas o influxo de sua ideologia se faz ainda sentir na vida dos povos, que se dizem genuinamente democráticos. // No totalitarismo de ontem havia sem dúvida um endeusamento da Pátria e do Estado, à semelhança dos impérios pagãos. Ora, em certos movimentos cívicos, entre nações ditas democráticas, conserva-se a mesma tendência de endeusamento da Pátria, como entidade concreta e absoluta, soberana ao indivíduo. Referimo-nos a expansões malsãs, na vieda pública, que assumem o caráter de verdadeira genolatria (...) No Estado de São Paulo uma delegacia regional do Ensino Primário tornou obrigatória, antes das aulas, a recitação de (...) 'orações', que diríamos genolatrêuticas (...). No entanto, a divinização pagã da Pátria não gera verdadeiros cidadãos. Pelo contrário. Faz proliferar os demolidores da nacionalidade. (...) Em nossos cânticos religiosos populares, até em alguns muito conhecidos e propagados, nota-se a tendência de associar a Pátria às orações que fazemos (...). Daí as freqüentes alusões ao Brasil, à Pátria, aos brasileiros. Isto não está muito certo (...). "

 

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