Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

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N° 12 (1991: 4)


 

"São Paulo Grande e Forte":
Marcha triunfal de Bellini Tavares de Lima

(Excerto)

 

Bellini Tavares de Lima Sao Paulo Grande e ForteEm agôsto de 1932, a casa Bevilacqua, de J. Carvalho & Cia, publicou a "Marcha Triumphal: São Paulo Grande e Forte", de Bellini Taveres de Lima, com letra de Amando Soares Caiuby.

A capa da publicação é de particular interesse iconográfico, apresentando ao lado da bandeira paulista, com 17 faixas, o brasão de armas da Capital com os dizeres "Non dvcor dvco". Esse brasão fora escolhido durante a administração do prefeito Washington Luís Pereira de Sousa, em 1917. O vencedor fora Guilherme de Almeida, conjuntamente com José Wash Rodrigues (1891-1957). O brasão da capa difere do original pela coroa mural de apenas 3 torres e 2 ameias, em lugar de 4 torres e 3 ameias, superposta ao escudo português e pela ausência dos ramos de café. A marcha é dedicada "aos valorosos Soldados da Lei: Ibrahuim Nobre, A. Pereira Lima, A. Leite de Barros, Ricardo Daunt e José Pires Camargo".

Bellini Tavares de Lima, compositor conhecido sobretudo por obras mais leves, pertenceu a família das mais destacadas na música do Estado de São Paulo (Tristão Tavares de Lima, Rossini Tavares de Lima, Modesto Tavares de Lima), cujos membros se distinguiram por acentuados sentimentos regionalistas e cívicos, o que também se manifestou no interesse pelo folclore.

A "Marcha Triumphal" difere em caráter das obras de Paulo Florence e João Gomes Júnior. A melodia, de sabor mais popular, dividida fraseológicamente em unidades de menor fôlego, é contraposta a um baixo movimentado por grupos pontuados e tresquiálteras que parece tornar a peça particularmente adequada a acompanhamento por banda de música. O hino abre com a exclamação dos cantores:

"Oh! Heróis da minha terra - De São Paulo grande e forte..." seguindo-se imediatamente o alarde ao combate: "Vamos todos para a guerra / Enfrentar o sul e norte". O objetivo daMarcha Triumphal Sao Paulo grande e forte luta é a vingança da ofensa a que fora submetida Piratininga no novo cativeiro; dessa luta deveria o Brasil ressurgir altaneiro. A morte dos paulistas representaria a remissão do Brasil: "Que os irmãos dos vinte estados sejam todos redimidos, Pelo sangue dos soldados / Dos paulistas destemidos..." . Tratava-se de renovar os "trophéus da nossa historia...", de conquistar a liberdade, de libertar "de verdade o Brasil do captiveiro". Os Paulistas surgem finalmente como os bandeirantes da honra: "Para a frente bandeirantes, / Empunhemos o fusil, / Que esta terra de gigantes / Salve a honra do Brasil..."

 

 

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