Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

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N° 11 (1991: 3)


 

RELAÇÕES DE ALAGOAS COM A HISTÓRIA DO PENSAMENTO FILOSÓFICO DE PERNAMBUCO

Antonio Alexandre Bispo

(Excertos)

 

Gilberto Freyre 

"Seja acentuada a influência do Nordeste sobre os próprios rumos políticos e intelectuais do Brasil, através de figuras notáveis de líderes, vários deles homens de sangue não-europeu junto ao europeu: Gonçalves Dias, Tobias Barreto, o Barão de Cotegipe. Foi a região do Brasil que deu ao Império um regente: quase um outro Pedro, além dos dois dinásticos, com o nome de Pedro de Araújo Lima, Marquês de Olinda. Homen nascido e criado em engenho. Vários outros estadistas, intelectuais, homens ilustras em vários setores, tiveram essa origem. "

"O Nordeste brasileiro: a marca ibérica ou hispânica na sua formação", Cultura 8/30(1978), 18-24

 

Cultura Consciencia cultural do NordesteEm artigo de título "Consciência cultural do Nordeste" (Cultura, 8/30, 1978, 43-48), Nilo Pereira refere-se a um "destino singular" que coube ao Nordeste do Brasil:

"Ter a primazia de certos movimentos literários e políticos que deram grande significação ao cenário da cultura brasileira. Por mais que certos escritores do nosso tempo tentem esquecer ou ignorar o sentido das nossas posições privilegiadas, no campo da história, da literatura e da política, as evidências falam sempre mais alto (...)." (pág. 43)

Nelson Saldanha A Escola do RecifeO autor conclui o seu artigo com uma interpretação da Escola de Recife, em particular de Tobias Barreto, que "compreende o espírito de rebeldia e de pioneirismo muito próprio de Pernambuco". O "pensador sergipano recifencizado" teria encarnado "o espírito de rebelião contra o Direito Natural e a Metafísica, dizendo que o Direito não era um presente do Céu."

Lembra o autor Graça Aranha, o esteta do Modernismo que, "aos treze anos, negou o Direito Natural, a Metafísica e o próprio Deus, em virtude dos ensinamentos de Tobias Barreto, cujo talento verbal tanto admirou e exaltou."

Nilo Pereira conclui com a ponderada crítica:

"A agitação produzida pela Escola do Recife parece mais uma exaltação psicológica (...) Bem analisada, ela não teve originalidade. Foi antes uma divulgação do que uma inovação. / Se perdura até os nossos dias, impressionando os juristas, os filósofos e os críticos, isso decorre da grande ebulição intelectual que ela determinou."

Cumpre lembrar também Gilberto Freyre que, no mesmo caderno ("O Nordeste brasileiro: a marca ibérica ou hispânica na sua formação", 18-24) fala de "exageros de interpretação economicista, a que são tão apegados - atualmente, menos do que outrora - intérpretes marxistas de ocorrências históricas, nas quais só enxergam motivações e fatores econômicos". (pág. 24)

 

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