Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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N° 09 (1991: 1)


 

Bandeira de Alagoas

Projeto Alagoas I

 

Viagens de contactos e pesquisas do ISMPS:
Penedo, Nilópolis,Propriá, Porto do Colégio, Maceió, Marechal Deodoro, Santa Luzia, Maruim, Porto Calvo

pelos

20 anos da viagem de pesquisas ao Leste e Nordeste do Brasil (Nova Difusão Musical) - Encontro São Paulo/Alagoas com o Prof. Dr. Théo Brandão

NOTAS SOBRE A REFLEXÃO E A PESQUISA DE CUNHO MUSICOLÓGICO EM ALAGOAS

 

Antonio Alexandre Bispo

(Excerto)

 

A Correspondência dedicará alguns de seus cadernos particularmente à reflexão e à pesquisa de cunho musicológico no passado e no presente de Alagoas. Longe de pretender esgotar o assunto, este órgão procurará trazer à memória dos estudiosos de musicologia alguns trabalhos e pareceres de autores da história da música em Alagoas e colocar em evidência vultos, obras, resultados de pesquisa e certas tendências do pensamento da atualidade.

Através do trabalho realizado por alguns de seus mais destacados nomes no âmbito musical da primeira metade deste século, esse estado brasileiro, pequeno nas suas dimensões geográficas, já tem assegurado um lugar significativo na história do pensamento de cunho musicológico no mundo de língua portuguesa. O surpreendente grau de informação de autores alagoanos do passado a respeito do estado da musicologia internacional indica o alto nível tradicionalmente existente no meio musical da região e os incomensuráveis esforços realizados por seus estudiosos, merecedores do respeito e da homenagem do presente.Digno também de especial admiração é o trabalho modelar de fomento de tradições culturais (e musicais) realizado por folcloristas nas últimas décadas. Também o presente mais próximo conta com a ação abnegada de musicistas e especialistas em outras áreas que se destacam com estudos merecedores de particular atenção. Sem dúvida pode-se constatar também aqui - como em outros centros - a persistência de algumas tendências de interpretação antropológico-cultural de natureza ideológica na atualidade, tendências de negativos efeitos que podem ser verificadas particularmente na área de estudos dedicada à contribuição cultural africana e à música popular.

Instituto Historico e Geografico de AlagoasAs notas aqui publicadas resultam sobretudo do estudo de obras conservadas na biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, visitado em janeiro de 1990. Além da biblioteca especializada em estudos alagoanos dessa tradicional instituição, menciona-se o precioso acervo de obras musicológicas alí cuidadosamente conservado, proveniente em grande parte da biblioteca particular de um dos maiores pensadores de Alagoas.

O exame da literatura existente e a obtenção de cópias de artigos para a elaboração das presentes notas foram facilitados pelo responsável da biblioteca. O Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas mantém-se até hoje fiel aos propósitos salientados por Joaquim Thomaz Pereira Diégues, em 1906:

Affonso Augusto Moreira Penna"Depositários de sacrosantas memórias do passado, aqui rendemos verdadeiro culto às grandezas da patria, - rediviva sempre n'estas reliquias de sua vida anterior, n'estes documentos de sua evolução progressiva: a archeologia e a historia - o testemunho mudo, mas edificante, de uma edade perdida na noute caliginosa do tempo, e o oraculo revellador da vitalidade de gerações que se vão, mas que deixão, para perfeito ensinamento das gerações vindouras, os rastros seguros por onde se perpetuão na apotheose que lhes consagra o futuro. Foi, com effeito, o verdadeiro culto por esse symbolismo que ha trinta e seis annos passados presidiu a fundação d'esta patriotica instituição ..." (Discurso proferido pelo Bacharel Joaquim Thomaz Pereira Diégues na Recepção do Exm. Snr. Conselheiro Affonso Augusto Moreira Penna por ocasião de sua visita em 31 de Maio de 1906, Maceió: Instituto Archeologico e Geographico Alagoano, 1907, 5)

As observações e os contactos realizados em outras cidades do estado tiveram como objetivo complementar e atualizar conhecimentos adquiridos em viagem de pesquisas feita no início da década de setenta. Seria impossível agradecer a todos aqueles que prestaram, na época, valioso auxílio; somente um nome deve ser aqui expressamente citado, o do já falecido Théo Brandão, diretor do Centro de Ciências Humanas e Artes da Universidade Federal de Alagoas.

 

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