Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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N° 08 (1990: 6)


 

CABO VERDE: DIVULGAÇÃO DA MORNA NA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO COLONIAL PORTUGUESA (1934)

(Debates do ISMPS motivados pela queda do muro de Berlim)

Antonio Alexandre Bispo

(Excertos)

 

Exposicao Colonial PortuguesaClaridadeAs exposições internacionais e as mostras colonias realizadas nos países europeus nos século XIX e XX desempenharam importante papel no inter-relacionamento cultural dos povos, no despertar das atenções científicas nos meios europeus e da auto-consciência de valor daqueles que se apresentavam.

Na Primeira Exposição Colonial Portuguesa realizada no Porto, em 1934, dedicou-se o dia 13 de setembro a Cabo Verde. No Palácio das Colónias, o Dia do Cabo Verde foi comemorado com uma conferência do escritor Fausto Duarte sobre o tema "Da Literatura Colonial e da morna de Cabo Verde", posteriormente editada (Edições da 1a. Exposição ...., Porto, 1934). Essa conferência de F. Duarte, de cunho literário, procurou esclarecer o caráter da morna em função das condições geográficas e étnicas do Arquipélago e como manifestação da demopsicologia do crioulo:

"A feição típica do Arquipélago reside, pois, na morna que destronou o torno e a manilha, e no violão que fêz esquecer o cimbó e o tambor das festas gentílicas." (p. 17)

O autor esperava que a morna se tornasse popular em Portugal:

"Para mim, a Exposição Colonial valorizou-se extraordinariamente com a inclusão dos músicos da minha terra. Pela vez primeira em Portugal se ouviu uma orquestra típica de Cabo Verde. E os que a ouviram jamais se esquecerão dessas tengis mulatas em cujos lábios a morna quáse não perdeu o encanto que lhe é peculiar, e lá nas aldeias perdidas por vales e serras o povo repeti-las-á, ensinando às crianças o nome das ilhas lendárias." (p. 17)

F. Duarte lamentou, porém, o fato de a morna não ter sido apresentada como dança pelos caboverdeanos:

"Entre nós, a música não é uma arte independente da dança." (p. 19)

Até hoje falta um estudo musicológico que analise a morna caboverdiana, que considere a sua história e a compare com expressões musicais afins da América, de outros países africanos e da antiga Índia Portuguesa.

 

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