Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
© 1989 by ISMPS e.V. © Internet-edição 1999 by ISMPS e.V. © 2006 nova edição by ISMPS e.V.
Todos os direitos reservados


»»» impressum -------------- »»» índice geral -------------- »»» www.brasil-europa.eu

N° 06 (1990: 4)


 

Louis Bertin Hymne

1990: Debates e polêmicas:
Questões da atualidade

Vias de comunicação e música nas relações culturais

De província à metrópole: cosmopolitismo e música na cidade de São Paulo

HYMNE 52.me ANNIVERSAIRE DU BRÉSIL. POESIE ET MUSIQUE DE LOUIS BERTIN

 

 

 

Antonio Alexandre Bispo

(Excerto)

 

A.A.Bispo e Antonio Luiz Dias de Andrade
Primeira apresentação e análise do Hino de Bertin na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 1970
O caderno N° 4 deste órgão publicou a Mazurka "A jovem paulista" de J. J. de Sant‘Anna, professor de piano em São Paulo, em 1868, em manuscrito proveniente da cidade de São Luís do Paraitinga, no Vale do Paraíba. Na presente edição, considera-se um hino de Louis Bertin impresso em São Paulo por Jules Victor André Martin (Montiers, 1832- São Paulo, 1906).

Jules V. A. Martin encontrava-se desde 1868 no Brasil e tinha fundado, em 1870, a primeira oficina litográfica da província. Na época da impressão do presente hino, mantinha um escritório no Largo do Rosário; ficaria conhecido na história paulistana principalmente como idealizador do primeiro Viaduto do Chá, em 1877 (cf. Antonio Barreto do Amaral, Dicionário de História de São Paulo, São Paulo, 1980, 299-300).

A peça é dedicada à Mlle. Anne Josephine Freire e é alusiva à comemoração do 52! aniversário do Brasil, ou seja, foi escrita provavelmente em 1874.

Este hino patriótico denota o grau de influência cultural francesa nos círculos mais elevados da sociedade paulistana. O texto reflete a atmosfera de orgulho patriótico determinada pelo término da Guerra do Paraguai e do progresso material que a cidade vivia no início da década de 1870. A litografia da capa mostra, significativamente, ao primeiro plano, instrumentos e armas militares aos pés da palmeira vitoriosa que sustenta as bandeiras imperiais cercadas de ramos de café e fumo como símbolos do desenvolvimento agrícola. Ao fundo, vê-se a Várzea do Carmo com a estrada de ferro para Santos e a chaminé de uma indústria. Não só a ferrovia e a nascente indústria são fatores que justificam a atmosfera de exaltação do progresso que impregna o hino, como também os melhoramentos que essa região de São Paulo estava recebendo sob o govêrno de João Teodoro Xavier de Matos (1872-1875) (Ilha dos Amores, embelezamento do Morro do Carmo, ligação do Brás com o centro, etc.). O imperador, que visitaria a cidade em 1876, é glorificado como garantia da liberdade.

 

 

zum Index dieser Ausgabe (Nr. 06)/ao indice deste volume (n° 06)
zur Startseite / à página inicial