Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

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N° 04 (1990: 2)


 

APARECIDA DO NORTE: DA PESQUISA MUSICAL NA CIDADE-SANTUÁRIO NACIONAL

Antonio Alexandre Bispo

(Excerto)

 

A cidade de Aparecida do Norte, que já foi alvo de pesquisas histórico-musicais e folclóricas, voltou mais vivamente à consciência dos interessados por questões musicais por ocasião dos festejos relacionados com o centenário de nascimento de Benedicto Júlio Barreto (19 de abril de 1886 - 2 de abril de 1956), ocorrido em 1986.

M.J. Barreto, de tradicional família de músicos, - seu pai, Isaac Júlio Barreto, tinha sido organista da igreja de Aparecida-, foi mestre-capela da Basílica de 1913 até o ano de sua morte.

M.J. Barreto esforçou-se em realizar o ideal sacro-musical expresso no Motu proprio de Pio X, contando com melhores condições para a sua atividade musical na Basílica após a aquisição do órgão Bern. Speith (Reitberg i. Westf.) pelo Pe. José Francisco Wand, em 1927.

Entre as suas composições, salientam-se as novenas de Santa Cecilia (19 de maio de 1917), de Nossa Senhora Aparecida (1 de dezembhro de 1925), de São Benedito (s/d), os hinos ao Coração de Jesus, a São Geraldo, a São Benedito (arr.), a Santa Cecília, a São Clemente e a Santo Afonso, além do canto de Verônica (texto "O vos omnes...")e da missa "Graças Vos damos, Senhora" (15 de setembro de 1935).

Essas composições foram publicadas na "Coletânea de Músicas Sacras (canto e órgão) de Benedito Júlio Barreto" preparada por Maria Conceição Barreto (1976) com a colaboração do Prof. Dr. José Geraldo de Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Musicologia. A coletânea inclui também composições de M.C. Barreto ("Lembrai-vos!", "Hino do Radialista Católico") e, principalmente, um documento de D. Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, de 22 de outubro de 1975, onde o valor do mestre-capela é apreciado:

"Se o clima de Campinas manifestou-se possuidor das condições ecológicas para formação de um genial Carlos Gomes, célebre em todo o mundo, Aparecida também foi Mãe condigna de um grande Maestro, que é o Maestro de Nossa Senhora Aparecida - Benedito Júlio Barreto, nome inolvidável nas páginas da história artística e religiosa de nossa Pátria."

No ano do centenário, o Museu Nossa Senhora Aparecida lançou uma publicação comemorativa com trechos da missa "Graças vos damos, Senhora" e o órgão "Santuário de Aparecida" (13 de abril de 1986) incluiu o artigo "Há um século nascia um insigne aparecidense", ilustrado com fotos, entre as quais uma do maestro à frente da banda "Aurora Aparecidense", fundada pelo seu pai.

A revista Ecos Marianos: Almanaque de Nossa Senhora Aparecida para 1989, publicada pelos Missionários Redentoristas (P. César Moreira C.SS.R.), apresenta dois artigos de interesse para o estudo da cultura musical: "Viva o Divino Espírito Santo! Viva o Imperador!" de Niomar de Souza Pereira (pág. 73-77), com o Hino do Divino de Antonio do Nascimento, e "O sino da Independência ainda toca", de Arthur F. Patista (pág. 107), com referências ao sino fundido em Salvador por Francisco das Chagas Sampaio (1,75m x 1,75 m; 2550 kg; lema: Salmo 150), em 1820, que foi o "sino grande" da antiga Sé de São Paulo e que se encontra, desde 1942, instalado na igreja São Geraldo do bairro das Perdizes (São Paulo).

 

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