Carrilhão de S. Paulo. BRASIL-EUROPA 3 (1990:1)

Timbre Correspondencia Euro-Brasileira

Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria científica
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N° 03 (1990: 1)

Notícias

O carrilhão da Sé de São Paulo, composto de 61 sinos, foi instalado em 1959. Em silêncio há 23 anos, voltou a funcionar em setembro de 1989, após trabalho de restauração executado por seus próprios fabricantes - Petit & Fritsen - e técnicos da empresa Voith. O concerto de reinauguração, e os outros quatro seguintes, estiveram a cargo do carrilhonista holandês Gerard de Waardt, que executou um programa integrado basicamente por peças eruditas e populares adaptadas para carrilhão. O mesmo carrilhonista ministrou curso prático, de curta duração, para mais de 20 interessados (14 concluintes), na maioria tecladistas, aos quais caberá a realização de futuros concertos, e pois, a utilização do carrilhão. Paralelamente, o carrilhão está programado para a execução de um repertório diversificado, ao Angelus e Ave Maria. (Maria do Carmo Vendramini)

Profa. Maria do Carmo Vendramini Universidade de Mogi das Cruzes

A pesquisadora Maria Thereza Arruda Camargo, do Centro de Estudos da Religião da Universidade de São Paulo (etnobotânica), doou ao Instituto de Estudos Brasileiros da mesma Universidade, no dia 28 de dezembro de 1989, 31 instrumentos por ela coletados em diversas regiões do país. Em decisão já aprovada pelo conselho administrativo, pretende-se criar uma área de música na instituição. A classificação dos instrumentos (entre outros: urucongo, instrumento de corda única, e marimbau, tábua com duas metades de coco, que é tocado por um copo no fundo espesso e uma faca ficou a cargo de Maria do Carmo Vendramini (Jornal da USP, 3 de dezembro de 1989).

Profa. Maria do Carmo Vendramini
Projeto de pesquisa
"Visando a continuidade das pesquisas de interesse musical e antropológico, que venho desenvolvendo desde 1972, elaborei o projeto de pesquisa sob o título "Instrumentos musicais e catolicismo popular no Brasil Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), que procura abrir uma nova perspectiva de ação, através da fusão de dois aspectos do folclore e da cultura popular num mesmo tema, estes sempre alvo de minhas preocupações: instrumentos musicais e religiosidade popular.
O novo projeto, cuja realização terá início em novembro próximo, versa sobre instrumentos artesanais ou industrializados, empregados em contextos católico-populares, tais como folias do Divino, encomendação de almas, dança de São Gonçalo, dança de Santa Cruz e outras. Inclui também toques de sino (...). "

Correspondência, carta ao editor, 31 de outubro de 1988

Arnaldo José Senise, que, como segundo secretário da primeira Diretoria da Sociedade Brasileira de Musicologia já muito contribuiu para a entidade e realizou um projeto de pesquisas das obras de Alexandre Levy ( Alexandre Levy, Sinfonia - obra premiada pela Comissão Colombiana Mundial na Exposição Internacional de Chicago (1893), São Paulo: Sociedade Brasileira de Musicologia/Secretaria de Estado da Cultura- Arquivo do Estado/MEC/FUNARTE/Instituto Nacional de Música/MEC, 1985, co-editada pela Fundação Instituto de Ensino para Osasco e com o apoio de Cecília Levy Murtinho de Souza) foi eleito por unanimidade de votantes para a Academia Brasileira de Música.
O eleito tomou posse no dia 23 de agosto da cadeira N° 8, cujo patrono é Dom Pedro I. A cerimônia teve lugar na sede da Associação de Canto Coral no Rio de Janeiro, seguindo-se, à noite, concerto na Sala Cecília Meirelles. A eleição e a tomada de posse foram devidamente registradas pela imprensa (no Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, "Contrapontos", Luiz Paulo Horta; em São Paulo: Caderno 2 de O Estado de São Paulo, coluna "Gente" do Jornal da Tarde; "Flash" no Diário Popular; Notícias em Piano Forte N° 40, etc.). O eleito foi também entrevistado por Amaury Jr. no canal 13, TV Bandeirantes.
Arnaldo José Senise destacou-se ultimamente sobretudo por uma série de 13 programas, intitulada "Guiomar Novaes: o prodígio da sonoridade e da expressão", levada ao ar pela Rádio Cultura FM para comemorar o 10° aniversário da morte da grande pianista. A série foi apresentada em abril e maio de 1989 e tantos foram os pedidos e tão elogiados os comentários musicais e as gravações apresentadas que a emissora reprisou a programação em julho.
Arnaldo José Senise é autor de numerosos trabalhos publicados no Suplemento "Cultura" do jornal O Estado de São Paulo, estudos esses que demonstram a sua sólida formação intelectual e a seriedade com que se dedica a reflexões sobre diferentes questões de natureza estética e histórico-musical. É, sem dúvida, uma das personalidades dedicadas ao estudo da música no Brasil do presente que mais se caracterizam pela procura de uma visão fundamentada em critérios sólidos de julgamento e uma forma apropriada de expressão. A publicação de seus principais trabalhos em coletânea de estudos enriqueceria a literatura musicográfica.
A "World Federation of International Music Competition" edita anualmente uma brochura destinada à divulgação de todas as competições programadas pelas 82 organizações internacionais federadas à WFIMC. Os interessados em obtê-la deverão dirigir-se a: 104 rue de Carouge, CH-1205, Genebra (Suíça).

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