Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
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N° 03 (1990: 1)
Mundo de língua alemã-Mundo de língua portuguesa Fontes relativas ao Brasil e a Portugal em bibliotecas européias Agradecimentos especiais Bayerische Staatsbibliothek
Um programa permanente de estudos do ISMPSMUNIQUE: HINO CONSTITUCIONAL DE PEDRO I° DIVULGADO NA ALEMANHA
DO SÉCULO XIX
Casa Schott-Mainz
Antonio Alexandre Bispo
(Excertos)
Luiz Heitor Correa de Azevedo Centro de recherches de l'Institut d'Études Hispaniques, Paris
1966. Luiz Heitor 80 Anos, coord. D. Martins Lamas/ A. A. Bispo.
Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Musicologia/Funarte, 1985
"L'Empereur Dom Pedro I, qui était musicien, avait, lui-même,
composé l'Hymne de l'Indépendence. Très doué, prince au tempérament
emporté et généreux, il avait étudié la musique, à Rio de Janeiro,
avec Marcos Portugal et Sigismond Neukomm. (...) Outre l'Hymne
de l'Indépendance, chanté dans une soirée au Théâtre de São Paulo,
le jour même de cet événement historique (7 septembre 1822), Dom
Pedro a composé, en 1817, un Hymne en l'honneur de son Père, couronée
Roi cette année, et, en 1826, l'Hymne de la Charte, qui est resté
jusqu'à la proclamation de la République, l'Hymne national du
Portugal."
Duas impressões do hino do primeiro imperador brasileiro conservadas na Alemanha apresentam a sigla da antiga Biblioteca Real de Munique: uma, publicada em Lisboa, na Lithografia Armazem de Musica da Caza Real, e outra, publicada pela K.B.Hof-Musikalien-und Musik-Instrumenten Handlung von Falter u. Sohn de Munique, em conjunto com B. Schotts Söhne (Moguncia e Paris) e A. Schott (Antuérpia).
Enquanto a publicação portuguesa, já em segunda edição, e que poderia ter servido como base da edição alemã, traz o compositor como S.M.I. o Duque de Bragança, o título da obra como "Novo Hymno Constitucional" e uma dedicatória "à Nação Portugueza", a edição alemã traz como título simplesmente "Hymno Constitucional/Constitutionelle Hymne" e indica o compositor como "Serenissimo Pce Real o Sr. D. Pedro de Alcantara/ Don Pedros Kaiser von Brasilien etc. (com brasão português), indicando, portanto, com o adendo em alemão, a condição de imperador do Brasil do compositor.
Enquanto que a melodia apresenta-se praticamente sem significativas diferenças nas duas versões - (por exemplo do no início da versão portuguesa e sib na versão alemã, portamentos na edição alemã e modificação na última semi-frase da edição portuguesa) - o acompanhamento apresenta distinções mais acentuadas, parecendo ser, em geral, a edição alemã mais cuidada. As duas versões diferem entre si quanto ao texto.
Edição portuguesa:
- Quanto ó Pedro generoso / te deve a Lusa Nação / por teu valor
possuimos / Liberal constituição // Viva via viva Pedro / Viva
a Santa Religião /viva Maria segunda / Liberal constituição /
Liberal constituição
- Cinco annos se passarão / na mais dura escravidão, / Tantos
males só extingue / Liberal constituição // (...)
- Dois bravos Duques defendem / Na mais cordial união, / O pinhor
o mais sagrado / Liberal constituição. // (...)
- Parabens oh Portuguezes / Acabou a escravidão, / só reina só
rege o povo / Liberal constituição. // (...)
Edição alemã:
- O Pátria o Rey ò Povo / ama a tua Religião / observa e guarda
sempre / Divinal Constituição! / Divinal Constituição // Viva
viva viva o Rey / viva a sancta Religião! / Viva ò Luzos valorozos
/ Divinal Constituição! / Divinal Constituição!
- Oh com quanto dezafogo / Na commum agitação / Dá vigor às almas
todas / A nossa Constituição. // (...)
- Venturozos nos sejamos / Em perfeita união / Tendo sempre em
vista todas / A nossa Constituição. // (...)
- A verdade não se offusca / O Rey não se engana, não! / Proclamamos
ò Portuguezes / A nossa Constituição. // (...)
Tradução desta letra por W. Gerhard:
- O Vaterland! Ein Glaube/ verbindet Volk und Thron, / befolg
und wahre treulich/ die hehre Constitution / die hehre Constitution!
// Lebe, lebe, unser König / und die heilge Religion! Tapfre
Lusitaner, lebt / für die edle Constitution! / Für die edle Constitution.
- Bringt nicht vereintes Streben / Uns Trost und reichen Lohn?`/
Was kräftigt mehr die Seelen / Als unsere Constitution? // (...)
- Lasst uns zusammenhalten, / Wenn Ungewitter drohn / Und stets
das Auge richten / Auf unsre Constitution! // (...)
- Nach Wahrheit strebt der König / Und spricht der Lüge Hohn.
/ Wir sterben, Portugiesen, / Für unsre Constitution! // (...)
- Lebe, lebe unser König / Und die heilige Religion! / Lebe, tapfre
Lusitanier, /Unsre hehre Constitution.
A tradução alemã baseia-se, portanto, no texto português da edição da Imprensa Régia, que indica como data de composição do hino o dia 31 de março de 1821. A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro possui um exemplar dessa edição (cf. Ayres de Andrade, Francisco Manuel da Silva e seu Tempo I, Rio de Janeiro, 1967, 141-142).
O Hino Constitutional de D. Pedro foi cantado a 13 de maio desse ano, por ocasião dos festejos de aniversário de D. João VI no Real Teatro São João do Rio de Janeiro, a 20 de julho, em Praia Grande, hoje Niterói, e, a seguir, nas províncias (indicação de fontes em Ayres de Andrade, loc.cit.). Como Hino da Carta, foi cantado no Teatro São Carlos de Lisboa a 24 de agosto de 1821.
Observe-se a menção a D. Maria na edição portuguesa do hino.