Prof. Dr. A. A. Bispo, Dr. H. Hülskath (editores) e curadoria
científica
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N° 02 (1989: 2)
Trabalhos na Áustria e Itália Revitalização do ideal da Academia Brasil-Europa pelos 70 anos do concerto de encerramento do Mozarteum 1919
(término de estudos de Martin Braunwieser)
Recuperando a tradição do ideal que levaria aos trabalhos de Kipmann/Braunwieser
no Brasil
Retiro para estudos e análise dos resultados do simpósio no Lago
Maggiore, Como e Brixen
Após o término dos eventos na Alemanha, o ISMPS organizou uma viagem do Mtro. Martin Braunwieser à sua cidade natal, Salzburg. Lá teve a oportunidade de assistir à missa solene festiva na Catedral onde atuou como instrumentista na sua infância. Além de motetos vocais apresentados por côro polifônico, o conjunto coro-orquestral ainda mantido pela Catedral executou, de acordo com ininterrupta tradição secular, a "Missa Trinitatis" de W. A. Mozart.
Ehrung Martin Braunwiesers Dieses Jahrhundert war nicht nur in der Musik von tiefgreifenden
Umwälzungen, neuen Überzeugungen, visionären Ideen und technischen
Fortschritten gekennzeichnet, sondern auch von Revolutionen, kriegerischen
Auseinandersetzungen nie gekannten Ausmaßes und existentiellen
Bedrohungen von Mensch und Natur trotz aller Versuche, die äußere
und innere Not der Welt zu lindern. Sie (Martin Braunwieser) haben
wie kaum ein anderer den Puls dieses das bereits nahende 3. Jahrtausend
vorbereitenden Jahrhunderts gespürt und zugleich die Kontinuität
des allzeit Gültigen zu wahren gesucht. Als Kind Alt-Österreichs, als Sohn Salzburgs, der Stadt Mozarts,
einer Stadt, die als Geburtsort Sigismund von Neukomm, als letzte
Ruhestätte Michael Haydns sowie durch ihre reichhaltige Musiktradition
vielleicht am meisten die Alte Welt musikalisch verkörpert, sind
Sie in einer Landschaft von einmaliger Schönheit aufgewachsen,
in deren reichhaltigem Kulturboden Sie Ihre geistigen und künstlerischen
Wurzeln haben. Mit keinen besseren Worten als denen von Bernhard
Paumgartner, dem großen Direktor des Mozarteums, Ihrem hochverehrten
Lehrer und Freund, könnte hier an Ihre Heimat gedacht werden: "Es ist ein Strahlungszentrum ehrwürdiger landschafts-und kulturbedinter
Traditionen. Das geistliche Betreuungsgebiet der kleinen fürterzbischöflichen
Residenzstadt reichte schon im frühen Mittelalter weit nach Osten,
bis tief ins Ungarische hinein. Nach Humboldt gehört seine natürliche
Umgebung zu den schönsten Gegenden der Erde. Die gemütvolle Aktivität
dieser Landschaft hat Form und Geist der in sie organisch eingeordneten
Stadt nach ihrem Antlitz gebildet. (...) Das Ganze aber schließt
sich zu völliger Harmonie der Gegensätze zusammen, zur tönenden
Trias harmonica, einem Dreiklang von unvergleichlicher Eindrücklichkeit:
Ebene als Urgrund und Wiege (Tonika), das beherrschende Hochgebirge
als Dominante, das Mittelgebirge als Mediante lieblich die schrofferen
Gegensätze versöhnend." (B. Paumgartner, "Von Sinn, Begriff und
Tradition der Salzburger Festspiele", Österreichische Musikzeitschrift,
Sonderheft 1967) (...)
Homenagem a Martin Braunwieser Este século caracterizou-se, não só na música, por profundas transformações,
novas convicções, idéias visionárias, progresso técnico (...).
Caracterizou-se, porém, também por revoluções, conflitos e ameaças
de dimensões jamais anteriormente alcançadas. O Sr. (Martin Braunwieser)
sentiu como poucos o pulso deste século preparador do terceiro
milênio que já se aproxima, procurando, ao mesmo tempo, manter
a continuidade dos valores que lhe pareceram independentes da
transitoriedade rápida do tempo. Natural da antiga Áustria, filho de Salzburg, uma cidade que tornou-se
o centro mozartiano por excelência, berço de Sigismund von Neukomm,
último descanso de Michael Haydn e que por seu patrimônio musical
corporifica musicalmente talvez mais do que qualquer outra a velha
Europa, o Senhor cresceu rodeado de uma paisagem de beleza única,
em cujo humo cultural o Senhor tem as suas raízes humanas e artísticas.
A sua cidade natal não poderia ser descrita com melhores palavras
do que aquelas de Bernhard Paumgartner, o grande diretor do Mozarteum,
seu professor e amigo: "Trata-se de um centro de irradiação de veneráveis tradições condicionadas
pela paisagem e pela cultura. A área de jurisdição espiritual
da pequena cidade-residência de príncipes-arcebispos já alcançava
na Idade Média regiões avançadas ao leste, entrando bem a fundo
no território húngaro. Segundo Humboldt, as suas redondezas naturais
são das mais belas regiões da Terra. O movimento de linhas dessa
paisagem deu Forma e Espírito à cidade, ordenada como está organicamente
no quadro natural. Situando-se no centro de um plano que se abre
a ocidente, ladeada pelo burgo majestoso, apoia-se ela em duas
colinas protetoras, sendo cortada em belas curvas pela corrente
rápida do rio Salzach. De sudeste a sudoeste espalham-se as serras
e as montanhas rochosas cobertas de luminosa neve que se levantam
do centro do escuro acorde menor do Untersberg e que se distanciam
da terna fisionomia urbana pela baixada dos campos de Walser.
Ao norte, a visão é limitada pelas suaves montanhas médias, sem
ser porém totalmente impedida. O todo é unificado numa completa
harmonia de elementos contrários, resultando uma tríade harmônica
de incomparável expressividade: Plano como fundamento e beerço
(Tônica), as altas serras soberanas como Dominante, as montanhas
médias como Mediante que reconcilia amavelmente as forças contrastantes."
((B. Paumgartner, "Von Sinn, Begriff und Tradition der Salzburger
Festspiele", Österreichische Musikzeitschrift, Sonderheft 1967). (...)